Análise do Documentário "Pro Dia Nascer Feliz"
- Meninas da Pedagogia
- 11 de out. de 2017
- 3 min de leitura

O artigo nº 22 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação é bastante esclarecedor ao apontar que “a Educação Básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornece-lhes meios para progredir no trabalho e em situações posteriores”. Diante do excerto, surge a pergunta que muitos educadores, estudantes e demais cidadãos fazem diante da proposta: tais recomendações são, de fato, exercidas?
O documentário inicia mostrando a realidade de uma escola no estado de Pernambuco, na cidade chamada Manari, onde uma escola com uma péssima estrutura, não fornece condições básicas, recebe pouca verba e na cidade não há escola de Ensino Médio. Antes, bem no início do documentário, já escutávamos uma conversa de fundo de um funcionário da escola que dizia que do pouco de dinheiro que a escola recebia para manutenção, a maior parte ia embora, em pagamentos de contador, uma parte ia para a prefeitura, IPTU, impostos em cima de impostos e no final não sobrava praticamente nada para o investimento das escolas.
Em Manari, também somos apresentados a realidade de Valéria, estudante que sofre perseguição por conta das suas redações muito qualificadas, algo fora do comum no local, situação que constantemente a coloca como plagiadora. Valéria diz: “que seus trabalhos não eram valorizados, pois os professores, com pouco conhecimento, simplesmente não acreditavam que era ela a autora de tais atividades.” Isso mostra que há um claro despreparo em certas escolas, onde encontramos alunos que têm um alto padrão crítico e com muita sede de conhecimento. Valeria também relata, um trecho de um verso de sua autoria “eu poderia ser uma adolescente normal se não tivesse uma família formada por 11 pessoas” e ainda conta um realidade “a professora de química nunca aparece, só manda substituto, na hora da avaliação todos os alunos tiram a mesma nota, até mesmo os desistentes, pois ela não conhece ninguém, assim dá nota igual para todos”.
O desinteresse dos estudantes ao estudo dominava. Assim também resultando no desinteresse dos professores também, em dar aulas. Pois os professores não tinham mais responsabilidade com a escola e faltava diversas vezes, alegando que não faria nenhuma diferença, já que os alunos não tinham interesse na matéria. Outro motivo alegado pelos professores foi que se sentiam muito desvalorizados, por todos, principalmente pelos alunos, que não tinham respeito pela sua profissão e dedicação. De uma lado, os alunos que culpam os professores, pelas faltas, do outro, professores que jogam a culpa para os alunos, dizendo que eles vão para a escola sem um propósito de aprender ou assistir as aulas.
Acreditamos que quando existe uma estrutura física, ou seja, um espaço físico organizado e apropriado para o ensino, com materiais didáticos, acesso a Internet, laboratórios, biblioteca, tanto o aluno como o professor podem desenvolver as suas habilidades de forma a retirar o máximo possível, assim o resultado será melhor quando se está em um espaço físico aconchegante, acolhedor, preparado para que seja desenvolvido a educação o conhecimento de forma a proporcionar tudo o que tem de Bom e de Belo na educação, assim os sonhos podem se tornar realidade, e todos tem o direito de sonhar e tornar esse sonho realidade. A Constituição no Capítulo III Seção I Art. 205 fala que a Educação é um Direito de todos, dever do Estado e da família com a colaboração da sociedade, onde a igualdade de condições de acesso e permanência nas escolas é um Direito. Mas no Brasil vemos as diferenças gritantes e absurdas. Como futuros pedagogas acreditamos que devemos lutar para que isso mude, em todo o Brasil que a educação seja igualitária, não excluindo, não fazendo diferenças, mas sendo oportunidade para todos de forma justa e eficaz. Investir em educação é a forma mais segura para avançar uma sociedade e diminuir os sofrimentos provocados pela violência, fome, pobreza e opressão. É a melhor maneira de oferecer a alguém uma visão de futuro e melhores maneiras para enfrentar as dificuldades. Ao assistir o documentário, lembramos que ainda falta muita coisa para a combustão dos mecanismos que engendram a educação no Brasil: falta água, comida, transporte seguro, interesse dos estudantes e dos professores. Ele nos traz a realidade dessa e de muitas outras escolas na mesma situação.
Commenti