

Documentário
Nunca Me Sonharam
Análise do DOCUMENTÁRO: NUNCA ME SONHARAM
Ao assistir ao documentário, Nunca Me Sonharam, lágrimas correram pelo meu rosto, ao ver que infelizmente em pleno século XXI, a realidade da educação no Brasil ainda é triste, onde jovens ainda não tem o que comer, chegam à escola de “barriga vazia”, como pedir a um jovem que pense sem ter um mínimo de alimentação, este mesmo jovem encontra muitos desafios e muitas expectativas no ensino médio, mas não encontra na maioria das escolas públicas no Brasil uma escola que responda aos seus anseios, e com isso abandonam os estudos. Este jovem está preocupado em qual vai ser o espaço que ele vai ocupar na sociedade que já está saturada, e não vê nos estudos que está tendo uma resposta a essa preocupação. Isso me causou muita indignação, porém pude ver que o comprometimento de muitos educadores que levam a transformar essa realidade, da falta de tudo em algo a ser sonhado, de que é possível mudar através da união, com objetivo de acreditar que esse jovem é capaz, de ver nas mínimas atitudes grandes mudanças, se ao menos o Estado fizesse a sua parte, tenho certeza de que teríamos estudantes comprometidos com resultados surpreendentes, com objetivo de um país melhor e menos desigual.
Silvana Maria Santos Marion é acadêmica do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação pela Pontifícia Universitária Católica de Campinas.
https://www.youtube.com/watch?v=VoTX8_pPrQE
A História da Educação no Brasil
Análise do Vídeo História da Educação No Brasil
Desde o descobrimento do Brasil, com a chegada dos Jesuítas em 1549, com o objetivo de alfabetização dos povos indígenas brasileiros, nota-se que a princípio o interesse dos portugueses de levar a catequização e com isso atender as exigências da coroa portuguesa, uma forma de tornar os índios mais dóceis e fáceis de serem manipulados; o que não aconteceu. A educação passou por várias mudanças e reformas, o que se nota é que em nenhum momento a educação teve verba suficiente, ou seja, um investimento econômico significativo e constante para poder realmente fazer a diferença na vida da população brasileira, o objetivo nunca foi em realmente educar a população, mas sempre existiu um objetivo em atender alguma demanda fora do objetivo real de educação.
Nesse vídeo encontro numa frase final de uma declaração de Maria Luiza Marcilio sobre a Escola de Professores de Caetano de Campos, com a reforma que levou seu nome, institucionalizou pela primeira vez o método defendido pelo Movimento dos Pioneiros da Educação Nova, baseado no educador norte-americano John Dewey; reuniu diversos intelectuais e constituiu a primeira escola normal de São Paulo, a partir dos métodos modernos baseados na escola americana. Maria Luiza lembra que Caetano de Campos sempre começava seus artigos dizendo o fundamental sobre a educação e concordo plenamente, que: “Nós temos que preparar o professor antes de fazer qualquer reforma, porque sem professor bem preparado não há possibilidade de êxito em nenhuma reforma de base.”
E ouso deixar minha humilde opinião, sem um investimento financeiro constante, igualitário, não há possibilidade de êxito em nenhuma reforma educacional.
Silvana Maria Santos Marion é acadêmica de Pedagogia da Faculdade de Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Política e Cotidiano
As Mil e Uma Faces do Poder
Paranhos, Adalberto.Política e cotidiano: as mil e uma faces do poder: in: MARCELLINO, Nelson Carvalho. (org.).Introdução às ciências sociais. 2ª ed.,Campinas:Papirus,1988,p 49-58
Adalberto Paranhos, é Mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 1997,. No livro Introdução às ciências sociais, 2ª ed.,Campinas:Papirus, 1998, página 49, Política e Cotidiano: as mil e uma faces do poder, fala sobre a política e o seu baixo conceito e sobre o preconceito da população em relação à política e aos políticos, onde a atitude de alguns políticos que visam só em atender aos interesses da classe dominante, banqueiros, grandes industriais, que têm práticas desonestas e promessas não cumpridas, leva a população a ter um descrédito, além, é claro, a nossa não-participação e o nosso alheamento diante da política, o que eleva à manutenção da situação atual vigente. Paranhos ressalta a importância de se ir além dos significados empobrecidos e resgatar a dimensão do conceito de política. Analisa a trajetória da chamada ciência política, e ressalta que: “Conceituar o que vem a ser política não é algo pacífico entre os estudiosos do assunto.” (Paranhos, 1988, p.50). Cita Maquiavel, e sua importância ao lembrar em sua obra “O Príncipe” de que nada adianta alimentamos ilusões acerca da política, trazendo com sua obra as pessoas de volta à realidade da política institucional. Também fala de Max Weber e seu discurso:”a política como vocação”,em que somos todos seres políticos, e ao olhar de Paranhos política implica em relações de poder, independente de fazer do Estado o ponto de referência, que fazemos política a todo o momento, desde as situações mais simples em nossas vidas e em circunstâncias e lugares inusitados, mesmo quando dizemos que não gostamos de política estamos fazendo política. Ressalta que o poder não deve ser visto como algo que atua sobre nós, como se fossemos mero objeto do poder, mas que o poder deve ser exercido por nós. Vemos o Estado como detentor do poder e a elite como dona do poder, coisificando o poder como algo distante de nós, mas esse poder consiste numa realidade dialética, das classes dominadas e um exemplo do poder popular que ele cita é a implantação de um plano Nacional de Reforma Agrária. Paranhos menciona Michel Foucault, que cita o poder como algo que circula, que funciona e se exerce em cadeia, lembrando que o poder não se esgota nas relações de exploração e de dominação entre classes, não se localiza espacialmente aqui ou ali, nem em apenas um ou outro sujeito histórico, o poder está por toda a parte, apesar de reconhecer que alguns dispõem de mais poder do que outros, não há como admitir a dominação absoluta. Cita também o que ressalta Félix Guattari “o inimigo não está nos imperialismos dominantes. Ele está também em nossos próprios aliados, em nós mesmos, nessa insistente reencarnação dos modelos dominantes” (Guattari e Rolnik,1986,p.48), dirigindo a atenção às questões micropolíticas e as “transformações moleculares”. Se o poder é plural, a revolução não pode ser conjugada no singular. Nem toda relação política envolve uma relação de dominação. A expressão política é um ato de criação coletiva e individual, orientada para a negação das múltiplas relações de dominação existente na sociedade e no cotidiano das relações humanas. Para ele, a ciência política transborda limites convencionais e dissolve as linhas demarcadas entre as diversas ciências humanas, e que devemos tentar analisar os acontecimentos sociais fora dos modelos rígidos preestabelecidos, nos libertando, como ele mesmo diz: “romper os nós da camisa-de-força com que vestiram a ciência política” (Paranhos, 1988, p. 58)
Com o texto de Paranhos, me levo a associar a nossa postura diante da política com o “Mito da Caverna de Platão”, acredito que se enquadra perfeitamente. Precisamos sair dessa caverna, para conseguirmos ser críticos, ver o mundo de forma crítica, real, livre das ilusões, dos achismos, buscar o conhecimento, sair do comodismo, sair da caverna, da ilusão de frente das “telas, telinhas e telonas”, buscar um bem maior, um bem comum, utilizando os meios de comunicação não como imposição, algo a ser seguido, mas sim questionado de forma a buscar a verdade, à luz do conhecimento da razão, construir uma sociedade mais justa, igualitária, em que as dificuldades sejam superadas, as diferenças diminuídas e a igualdade de direitos possa realmente ser válida, até atingirmos um estágio em que não ficaremos apenas assistindo boquiabertos aos acontecimentos concretos que acontecem ao nosso redor, mas consigamos nos colocar, assumir o nosso papel, fazer valer o direito individual de cada cidadão, independente de sexo, raça, etnia ou crença, afinal, “todos são iguais perante a lei” conforme o artigo 5° da Constituição Federal.
Silvana Maria Santos Marion é acadêmica do Curso de Pedagogia pela Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
